16/10/12

A sede da escrita

As pontas dos dedos de Serafim sempre reservaram palavras por inventar. Com pouco carvão esculpia no caderno uma personagem diferente, novos caminhos e um punhado de desafios nunca antes desejados. Um dia perdeu a sua última folha de papel. Não havia como voltar a tocar-lhe com a sede da escrita, para estreitar ruas de uma cidade que precisava de criar para que um pobre velho pudesse ser feliz. Nenhum canto do seu sorriso se voltou a conhecer.


Patrícia Paisana Martins
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