Pobre aranha. Vivia numa luta diária para manter a sua teia
perfeita, pronta para recolher o pão – desculpem, quis dizer insecto! – de cada
dia. O orvalho enfeitava aquela rede, todas as noites. O menino encantava-se
com aquele rendilhado: não resistia, mexia-lhe. Um pequeno toque, um roçar
suave dos seus rechonchudos dedos, era quanto bastava para a destruir. Era
Natal. Ela queria-a bem bonita. Decorou-a com pequeninas folhas de azevinho. O
menino entendeu: a aranha também tinha Natal.
Maia José Castro, 54 anos, Azeitão
Desafio nº 80
– o Natal da aranha
Sem comentários:
Enviar um comentário