30/01/15

Desvendada pelo tempo

Admirava-a! Confiava nela! Aparentava uma generosidade e integridade implacáveis e pensava unir-nos uma amizade incondicional e sem juízos de valor com respeito pelas diferenças que caracterizavam cada uma de nós. Mas o tempo foi desvendando o seu verdadeiro eu! Os meus olhos choravam perante a perceção da maldade gratuita e da inveja silenciosa. Presenteava-me com comentários destruidores e gratificava-se com o meu sofrimento que a elevava ao trono real. Desolava-me assistir ao nada em que se transformara.

Fátima Fradique, 40 anos, Fundão

Desafio nº 74 – nada em que se transformara

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