25/01/15

Moer solidões

Os pardais espreguiçavam-se cansados.
A madrugada solta, odorífera, purpurava estradas.
Comungo a maravilha solitária.
Oiço. Perco-me. Encanto-me. Consumo-me. 
A música senta-se ostensivamente.
Penso em canais. Ama-se mais serenamente onde perdemos escadas compridas.
Assusta muito saber o preço entre caminhos.
Antes morrer sonhando.
Onde perdemos espinhos conhecemos abraços. 
Melhor sorte onde pecados existem. Com armaduras magoas, sabes?
Olvida passados estranhos! Corre atrás! Mesmo sofrendo.
O pior é cansarmo-nos antes. Morre-se seco.
Orgulhosamente preso entre consensos.
A moer solidões.

Jorgete Teixeira, 65 anos, Barreiro
Desafio nº 82 – letras impostas por ordem O P E C A M S


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