A saltar ao pé-coxinho e a precisar de um abraço, a
criança reparou num vulto colorido dentro de uma velha carripana. Aproximou-se.
Pela janela, viu um palhaço, com a cabeleira caída, agarrado a dois enormes
balões. A medo, com os dedos pequeninos a tremer de emoção, bateu, ao de leve,
no vidro. Repetiu o gesto. O palhaço sorria, imóvel, de olhos fechados. A
criança foi-se embora, enquanto o palhaço sonhava que distribuía abraços pelas
crianças suas amigas.
Paula Dias, 50
anos, Lisboa
Desafio RS nº 25 – dedos que batem
no vidro (cena)
Sem comentários:
Enviar um comentário