Primeiro não me apercebi. Gotas e
a folhagem das roseiras velhas ainda com os frutos da flor em botão. O vento.
Ao longe o som dos automóveis na nova via. Sempre aquele barulho. Tocara o
telefone. Anotara a hora da reunião. Depois, novamente, aquela estranha
sonoridade que não era nada do que deveria ser. Um silvo, uma angústia, uma
ameaça de medo, quase. Abri a janela. Nada vi. Mas eu sabia quem era. Precisava
que assim fosse.
Paula Coelho Pais, 53 anos, Lisboa
Desafio RS nº 25 – dedos que batem
no vidro (cena)
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