31/07/15

Programa Rádio Sim 565 – 31 Julho 2015

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O pedido

Entrei no Templo, sem sequer ter definido bem certo, o meu pedido. 
Pedirei em prece, o que pretendo. Luz no meu espírito.  Neste momento 
é disso que necessito. 
Existem tempos menos bons, estou num deles.  Fé...  foi o que me guiou.  
Orei, roguei pedi... Deus no seu divino Ser ouviu-me e de repente, senti 
um conforto enorme, como se tudo fosse ser diferente no futuro. 
Ergui-me...  deixei o Templo, crente que tudo o que pedi foi ouvido. 

Maria Cabral - Azeitão 
Desafio nº 37 – uma história sem usar a letra A

Brístola

Verdadeira transferência de aptidões adquiridas graças à música da borboleta.
Para ajudar o batalhão de caráter retardado a integrar mais enriquecedoramente.
Embelezamento é voz da experiência que gratifica quem doa e quem recebe a vida inaugurada.
Guarda-freios não é ser bitolado, mas teimar em alegrar-se e abestalhar a raiva.
Os baitolas foram vaiados porque tinham ares afeminados apesar de serem muito rígidos.
Fixe! O respeito aprendido ficou para trás, deu vazão ao brístola dos viticultores do ódio.

Renata Diniz, 39 anos - Itaúna/Brasil

Desafio nº 95 – o máximo de palavras com BTL

Azar?... Talvez não!

Férias! Eu e o Luís decidimos fazer campismo na Caparica! Assim que chegámos, montámos a tenda, um pouco à pressa, e fomos meter conversa no bar.
Adormecemos já tarde.
De manhã, acordámos boquiabertos. Onde está a tenda? Desapareceu!
As pressas dão nisto… deixámos a tenda tão mal montada!... De noite o vento levou-a sabe-se lá para onde!
E agora?
Agora… a sorte foi aparecerem duas meninas caridosas. Partilharam connosco as suas tendas até ao fim das férias.

Domingos Correia, 57 anos, Amarante

Desafio nº 49 – história louca de férias!

Ansiada partida

Liberato tinha razão. Baltazar sempre fora brilhante, mas bate-língua também e turibulário então... Determinado, percorria a vida com ar bulhento. Brigava e a raiva só parava de turbilhonar, quando pegava o batel e se deixava embalar pelo seu batilhar.
Hoje, continua a ser um trabalhador barulhento, abrilhantando as reuniões semanais, ao mesmo tempo que oculta dos bisbilhoteiros o verdadeiro sonho: viver em Bratislava quando lhe pagarem uma batelada para o verem pelas costas.
Só então irá gargalhar!

Quita Miguel, 55 anos, Cascais
Leiam outros textos aqui: http://quitamiguel.blogspot.pt/

Desafio nº 95 – o máximo de palavras com BTL

Haja criatividade

Aí está. Um novo desafio. A Margarida chuta e do outro lado há quem espere e remate.
O blog das 77 palavras espera. É como uma porta que bate e nos impele a olhar e querer ver através dela.
De repente, um clarão! Haja criatividade. Criar personagens, contar palavras, cortar, substituir, ler e reler.
Uma pausa para refletir. Um sorriso alia-se à ilusão de quem escreve só por prazer.
São histórias oriundas dos quatro cantos do mundo.

Joana Marmelo, 50 anos, Cáceres, Espanha

Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão

Vida nova

O bem não tem preço. Em pensamentos, Belita tabulava o seu labirinto. Naquela biblioteca esperava o publicitário que a salvara.
Teobaldo, moço de Jabuticabal, dono de um tabloide, a salvara, doando medula, a única compatível, livrando do sofrimento, desde o acidente no dia do maldito blecaute.
Aquele, o primeiro encontro pós-recuperação. Tomava café, e colocava no tabuleiro da vida, o passado, e principalmente, futuro.
Seria um dia emblemático. Olhava a vida com a teleobjetiva pelo melhor ângulo!

Roseane Ferreira, Estado do Amapá, Macapá, Extremo Norte do Brasil

Desafio nº 95 – o máximo de palavras com BTL

O vento

Ana dançava no corredor da casa da avó, quando, de repente, um clarão iluminou todo aquele espaço.
De onde vinha aquela luz? Seriam as luzes do palco onde Anita se imaginava bailarina? Não eram! Era o Sol que brilhava nas janelinhas de vidros coloridos da porta de entrada! Um verdadeiro caleidoscópio!
Uma porta bateu. Ana assustou-se. Era o vento!
Então, era ele que tinha andado a brincar com as cortinas de renda, fazendo aquele jogo de luz?

Ana Maria Santos, 61 anos, Seixal

Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão

Manhã dolorosa

Foi no dia em que o imperador se curvou perante a morte.
A guarda imperial prostrou-se nas escadarias do palácio.
Suavemente, os outros guerreiros ajoelharam depondo as espadas, as lanças, os escudos. Faziam-no ingenuamente: inútil é lutar com a morte: se esta levara o imperial senhor, por que não o faria com eles, os mais fortes de entre os mais fortes de todos?
Agora, o império era um campo desguarnecido, território jacente numa aflitiva abertura à Europa.

Jaime A., 51 anos, Lisboa


Bertília


Logo cedo, Bertília subia à sua torre para suspirar pelo seu belo amado Adalberto que tinha partido para uma batalha!
Mas, apreciava também os campos em redor e a sua borboleta Florisberta poisada nas roseiras.
O seu tabelião ia-lhe lendo histórias de cavaleiros e princesas!
Quem me dera poder viajar!
De repente, desceu dos céus, aos trambolhões, um tapete voador!
Nele vinha o seu jovem Adalberto com quem viajaria para o País das Mil e uma Noites.

Ana Maria Santos, 61 anos, Seixal

Desafio nº 95 – o máximo de palavras com BTL

O dia em que partiste

Recordo o dia em que partiste. Tu, que foste um enorme clarão na minha vida. Foste sol e fogo, porto de abrigo, sustentáculo, tormenta e paixão. Um dia partiste arrasando o mais belo sentimento e o meu mundo desmoronou-se.
Há um silêncio que dói, que se entranha e há aquela porta que bate, que agita o meu pensamento, que cria em mim a esperança de que, um dia, passarás através dela.
Nada acontece e a ilusão esvai-se.

Joana Marmelo, 50 anos, Cáceres, Espanha
Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão


Novo dia


A porta bateu, e caiu como uma pesada pedra sobre o seu futuro.  Sem esperança, sem ilusão, apenas podia confiar no seu fiel cão, sempre ao seu lado mas sem perguntas. Como é que as coisas chegaram até esse ponto? Onde ficaram as promessas, os projetos comuns, as palavras, tantas e tantas lembranças? E agora, só a casa vazia, fria, escura. De repente, um grande clarão apareceu na sala, um novo dia, uma nova vida, sem ele.

Jesús del Rey, 46 anos, Salamanca, Espanha
Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão

30/07/15

Programa Rádio Sim 564 – 30 Julho 2015

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Profetisa
Cumpriste a profecia:
aos teus olhos
a poesia foi dispersa
e esparsa;
nas tuas mãos 
o romance verteu-se,
enxurrada quase banal;
no teu colo
já não se abrigavam
sonetos ou contos.
Esmeraste-te:
as palavras foram-se
despindo,
as sílabas empobrecendo-se,
num tropel de fuga cega.
(Outra vez)
as tuas mãos
gélidas,
na asfixia do verbo,
na doce tentação do fim...
Adeus, Lácio.

Trocistas,
alguns falavam numa "língua depilada."

Tu, profetisa da desgraça,
chamavas-lhe apenas
"Accordo Ortographico de 1990"

Jaime A., 51 anos, Lisboa
Também se pode encontrar em 
http://soprodivino.blogspot.pt/2014/10/profetisa.html#links

A blefarite de Betunila

É um desafio brutal. Sem bitola mas tabelado. Uma ideia brilhante, diga-se. A aceitabilidade é absoluta. Entra quem tem bilhete para o desafio. É emblemático. Vamos ao estabelecido: Betunila era minha amiga. Vivia cercada de tabloides. Uma blefarite impediu-a de publicitar os dotes. Seria substituível? Encontrei-a na biblioteca. De botelha na mão, tresandando àquele cheiro butílico, fez-me uma subtil proposta. Contrariando um intolerante bolchevista, concedi-lhe o absolvimento. A bestialidade da proposta era a voz do vinho. Certamente…

Amélia Meireles, 62 anos, Ponta Delgada

Desafio nº 95 – o máximo de palavras com BTL

A toca

Havia além do batatal desbravado uma toca labirinto que se encontrava sob as raízes do malóbatro. Um Lobato espantado escolheu-o como latíbulo. O animal tinha de fugir dum malabruto, armado com uma horrível manubalista. Sem dúvida, neste tabernáculo inseguro esperava-o uma libitina certa. 
Ao longe soava o 
tão-balalão do carrilhão municipal, tocando em bitonalidade a música dum libreto popular.
Passos aproximaram-se, o inquietado fitou as orelhas, o perigo ainda estava lá fora e obstaculiza a sua fuga.

Theo De Bakkere, 62 anos, Antuérpia, Bélgica
Desafio nº 95 – o máximo de palavras com BTL

Desafio nº 95

Quantas palavras conseguem encontrar 
que juntem as letras BTL?

Escrevam uma história com 
o máximo de palavras destas que conseguirem!


Eu escrevi assim:
Tibaldo Canário adorava a ribalta. Estar em palco libertava dentro de si uma borboleta sensível e brutal, capaz de enternecer uma bolota empedernida. Para medir o seu sucesso, não havia bitola. Mais ninguém conseguia uma tal batelada de palmas, mas os humores na floresta azedavam. Uma batalha de sussurros, numa atabalhoada tentativa de o derrubar, era liderada por Alberto Cuco. Só havia uma solução: deitar abaixo a árvore, tendo o cuidado de acertar em cheio em Tibaldo.
Margarida Fonseca Santos, 54 anos, Lisboa
Desafio nº 95 – o máximo de palavras com BTL
EXEMPLOS
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29/07/15

Programa Rádio Sim 563 – 29 Julho 2015

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Sem arrependimento
Não deixo de pensar nos momentos que passamos, só tu e eu.
Só quero que sejamos felizes, mesmo depois do que fizeste. Lá diz o ditado, “Longe dos olhos, perto do coração” mas, infelizmente, este ditado não se aplica àquilo que estou a sentir agora, acho que é mais “O que os olhos não veem, o coração não sente” e nada mais.
Não me arrependo de nada do que aconteceu, até agradeço. Tornou-me mais forte, mais atenta.

Bruna Gomes, 12 anos, Arrifana, Santa Maria da Feira
Desafio nº 90 – com provérbios contraditórios

Um fim

Pastorisa era um rasgo de sol. À sua passagem tudo se iluminava. Sorriso fácil, olhar amendoado, caminhava por entre as pedras saltitando com leveza. Gostava de ter por companhia o murmurar do vento. Naquele dia soalheiro, encorajou as cabras a subirem o monte. Junto ao regato deixou-se parar no tempo. Fechou os olhos e adormeceu, desejando que ele a encontrasse.
– Como pode ter acontecido? Pastorisa não merecia este fim!
A pedra, cansada do equilíbrio, deixara-se escorregar, matando-a…

Amélia Meireles, 62 anos, Ponta Delgada

Desafio nº 65 – chama-se Pastorisa.

Caminho

Uma porta que bate, fechando uma realidade até aí conhecida. Eras a minha vida. Tudo girava em teu torno, o meu mundo pulsava em ti. E no entanto partiste. Um clarão inundou a minha existência. Amorfo, caminho em busca de um rumo. Nada faz mais sentido. As forças abandonam-me aos cuidados da vida. Haverá mais vida em mim que mereça ser vivida? Não sei, deixei de me interessar. Desisto de perceber, entregue à ilusão de te encontrar.

Paulo Renato, 40 anos, Maia

Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão

Sol nosso de cada dia

Na Amazônia, sempre é verão. Diferem apenas que uns tempos são mais chuvosos que outros e em alguns estados, dada à localização geográfica esfria mais, outros como onde resido atualmente, costumamos dizer que “há um sol para cada pessoa!”
O Amapá, cortado pela linha do Equador, é muito quente! Há fatias de calor, quer no norte, quer no sul. Em julho, janeiro, ou dezembro, qual abelhas, dado o abafadiço, dá vontade de ficar de molho no cortiço!

Roseane Ferreira, Estado do Amapá, Macapá, Extremo Norte do Brasil

Desafio Rádio Sim nº 3 – um dos provérbios dados no fim

Perspectivas

Raramente temos a ilusão que a vida não nos atropela sem piedade. Não apenas a nossa, mas as dos que amamos. Com a intensidade de um clarão, fundem-se numa tapeçaria que Penélope invejaria. Um emaranhado de fios de muitas cores que se tecem com raciocínios e emoções e que por isso mesmo ora se estranham, ora se entranham. Estou certa, todavia, que a vida não será nunca uma porta que bate, mas sim a janela que abre.

Sandra Évora, 40 anos, Sto. António dos Cavaleiros 

Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão

Na mira do coração

Alguns movimentos, do universo, nos deixam sem escapatórias.  Não adianta tentar burlar as leis naturais, querer desviar caminhos, fazer atalhos, se precipitar.
Só nos resta aceitar. Compreender, digerir, maturar, amadurecer. No mais é contemporizar. Deixa a “coisa” mais leve!
Certas paixões nos arrebatam, tiram do prumo, somos jogados fora do chão, e miramos um único alvo...
E desejamos invadir indefinidamente o amor. E por lá permanecer, pois que o mundo se torna algo à parte de tudo...

Roseane Ferreira, Estado do Amapá, Macapá, Extremo Norte do Brasil

Desafio nº 53 – uma imagem, bola de basquetebol (literal ou metafórica)

28/07/15

Programa Rádio Sim 562 – 28 Julho 2015

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Tempo que vai
Já era nos tempos afonsinos que dei tempo ao tempo para apreender a meu tempo o português. Somente para matar o tempo.
Na aula, o tempo é mestre. A professora, viciada em chá, espreitou o tempo no relógio para conhecer o tempo universal. Avisou-nos “meninos, dez minutinhos”. Mas o intervalo de café tem asas como o tempo, e o tempo voa sem perdão. A professora começou a aula sem perder tempo. Pois, tempo que vai não volta.

Theo De Bakkere, 61 anos, Antuérpia, Bélgica
Desafio nº 12 – uma palavra que aparece meia-dúzia de vezes, pelo menos

27/07/15

Programa Rádio Sim 561 – 27 Julho 2015

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História dos meus avós maternos
Vou contar uma história do meu avô João:
Uma vez chegou tarde a casa, e vinha, com um grãozinho na asa. A minha avó zangou-se com ele. E ele disse-lhe: – Vai chatear o Redentor! 
A minha avó respondeu: - Sei lá quem é esse malandro com quem tu andas!
Quando deu pelo que tinha dito, foi a correr para a igreja, pedir perdão a Deus. Não queria ser pecadora. Nunca quis ofendê-lo. Sempre foi católica temente a Deus. 

São Sebastião, 68 anos, Glória Estremoz
Desafio nº 2 – “Sempre quis ser uma história”, palavras obrigatórias por ordem inversa

A saudade

Era aquela hora sem tempo em que o corpo relaxado e livre desliza lentamente para o sono.
Estranho nunca termos consciência desse momento feliz.
Naquela noite, o estrondo de uma porta a bater rasgou a madrugada e acordou Luísa.
Sentada, de olhos muito abertos via o clarão enquanto o coração batia descontrolado.
Silêncio, nada que explicasse aquilo. Só uma forte sensação de presença e a terrível saudade do pai se apoderaram dela.
Não, não era uma ilusão.

Concha Cassiano Neves, 66 anos, Lisboa
Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão


Pudera...

Um clarão no céu iluminou tudo ao redor, enquanto o vento soprava com força, vergando os arbustos. O gato, assustado, corre e a porta bateu à sua passagem. Parecia que tinha asas nas patas!
Estranhei o silêncio da minha avó e perguntei-lhe se tinha ouvido alguma coisa. Respondeu que não. Fiquei ainda mais nervosa e insisti com ela. Não... não tinha ouvido nada...
Com ar condescendente, disse que era tudo ilusão minha... 
Pudera se ela é surda!

Leonor Costa, 73 anos, Lisboa

Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão

No presente

Depois do fim, renascia. Fugira da guerra, agarrada à vida. Diante da guerra a vida eleva-se. Nada se assume com tamanha grandeza. Perde-se o nosso mundo, o aconchego dos dias feito ao nosso jeito. Perdem-se as ruas, os amigos, o odor da chuva batendo na terra. Acredita-se que outro sol irá brilhar, outro marulhar virá. E, não querendo perder tudo, amarramos na lembrança o que se extinguiu. Para que o renascer se faça presente, depois do fim.

Amélia Meireles, 62 anos, Ponta Delgada

Desafio nº 64 – texto começando por “Depois do fim…”

26/07/15

Ai, as bejecas

Apanhou uma TOSGA das grandes. Depois de ter GASTO o dedo a pôr likes na página da vizinha, percebeu que ela não GOSTA dele.
As GOTAS de chuva teimavam em cair mas ele não desistiu de a ver sair enquanto emborcava umas bejecas.
Primeiro viu o Pai com uma das suas TOGAS impecáveis. Depois a Mãe com os seus GATOS irritantes..
Mais tarde quando a viu espantou-se por afinal serem duas!
Seriam gémeas ou efeito das cervejolas?

Isabel Lopo, 69 anos, Alentejo

Desafio RS nº 27 – anagramas de G S T A O

25/07/15

Por um momento

O ilusionista preparava-se para o seu passe-passe supremo. Cumprir o desejo dum espetador para fazer aparecer uma pilha de milhões euros. O clarão intenso dos holofotes refletia-se sobre uma casinha no palco. 
O silêncio foi interrompido. Algo batia à porta e queria sair. Todos estavam de boquiabertos. Uma fila de notas fugiu no espaço e começava a acumular-se nas mãos do feliz espetador. Feliz por um momento, porque foi uma ilusão dele pensar que seria verdadeiro dinheiro.

Theo De Bakkere, 62 anos, Antuérpia Bélgica

Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão

Ilusão

Perdera a conta aos anos que passara sem voltar ao lugar onde nascera. Deixou a mulher e os filhos na terra para onde emigrara e partiu na busca do seu passado. Precisava de consertar as ideias, aquietar o coração...
Quando chegou só viu ruínas. Amargurado, sentou-se. Mas um CLARÃO iluminou a noite, e viu a casa tal qual a deixara. Pouco depois uma PORTA BATEU. Olhou e percebeu que fora uma ILUSÃO. O passado era um sonho...

Isabel Lopo, 69 anos, Alentejo
Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão


Altruísmo

Os dias já iam longos e a promessa por cumprir.  O jovem casal, que fizera da causa social firme propósito, continuava esperando a ratificação do projecto que iria melhorar as condições de vida dum lugarejo entre montes.
Veio uma chispa, um clarão,  do Ministério.
Esperança e euforia...! Mas, de novo, a porta bateu.
Do poeta transmontano, guardavam os dois o douto conselho: "Enquanto não alcances não descanses". À ilusão não dariam oportunidade.
A aldeia que os aguardasse.

Elisabeth Oliveira Janeiro, 70 anos, Lisboa
Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão


A menina que tinha medo do escuro

Era uma vez uma menina chamada Lúcia. Ela tinha muito medo do escuro.
Um dia, estava no seu quarto quando viu um clarão atrás do armário.
A menina decidiu investigar.
Para lá do armário havia um mundo completamente escuro.
A única coisa que havia era uma porta que batia. A menina voltou a fechar o armário e foi para a cama.
No dia seguinte contou à mãe o que se tinha passado.
Afinal, era tudo uma ilusão.         

Inês da Silva Pereira, 8 anos, Coimbra

Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão

Aquela sementinha

Aquela sementinha
É tão pequenina…
Sem forma, sem cor
Um grande Amor

De repente, ilusão
Uma enorme paixão
Um clarão que anuncia
O Amor se previa

Que amplia, esbate
Uma porta que bate
Um mar de sensações
Incríveis emoções

Aquela sementinha
É tão pequenina…
Já tem forma e cor
Meu grande Amor

Infinitas emoções
Inúmeras sensações
De novo a ilusão
E cede o coração

Aquela sementinha
É afinal menina
Meus olhos, meu coração
Meu Amor, minha paixão.

Celeste Silva, 44 anos, Coimbra
Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão


Agosto!...

Haverá mês mais gostoso,
Mais amoroso que Agosto?
Minha mãe a contragosto
Teve as dores da maternidade,
Desgosto por não ter um rapaz,
Mas sempre Felicidade!
É o mês em que a gosto
Todos procuram a praia,
Até se encurta a saia…
Temos turistas a visitar o país,
Agradáveis, de ar feliz!
Há festas e romarias,
Emigrantes e folias
À noite o passeio na frescura,
A diversão na calma ou loucura,
Meu Agosto de Amor e Ternura!

Maria do Céu Ferreira, 59 anos, Amarante
Desafio nº 50 – Com as palavras AGOSTO; A GOSTO; A CONTRAGOSTO; DESGOSTO


24/07/15

Programa Rádio Sim 560 – 24 Julho 2015

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Alberto fugia depressa, atarantado. Um alarme a desatiná-lo. Um pressentimento a consumi-lo. Fugiu durante três dias. Avançou na sua vida? Não, apenas no deserto. Chegou, então, ao oásis. Percebeu: fugia de si. Um futuro estranho esperava-o. Recomeçou então a marcha. Perdido nas dunas, recomeçando. Quando chegou, nada sentiu. Quando ela chegou, recebeu-a. Não falava, ele respeitou-a. Aprenderam-se assim, em silêncio. Não se arrependeram, viveram. Quando morreu, velho, sorriu. Nada como o deserto. Apenas uma passagem. Ia feliz.

Margarida Fonseca Santos, 53 anos, Lisboa
Desafio RS nº 12 – texto em prosa com frases de 4 palavras


Lobos!

Aqui todos me conhecem porque sou anão. Imponho respeito, por existir a ilusão de que, em noites de lua cheia, me transformo em lobo. Dizem que uivo e que fico envolto num clarão. Vivo de favores. Faço o que me pedem.
Ontem o trabalho parecia fácil. Entregar um embrulho ao Santinho na casa fantasma. Fui pela ponte, iluminada pela lua. Ouvi uma porta bater e o Santinho a gritar “Socorro, há lobos!”. Fugi. Tenho medo de lobos. 

Paula Dias, 50 anos, Lisboa
Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão


As bodas

As Bodas do casal Medeiros estavam sendo comemoradas em grande estilo.
A festa estava linda.
Um delicioso jantar estava sendo servido e foi interrompido por uma forte ventania.
No salão,
 uma porta bate... 
Fora iluminado por 
um clarão.
Lá fora, a chuva inundara a enorme pista de dança que fora montada perto da piscina.
João e Alice estavam aflitos...
Os filhos, Amara e Pedro, estavam retidos no aeroporto.
Rever os queridos, agora, não passava de uma
 ilusão.

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Verena Niederberger, 65 anos, Rio de Janeiro - Brasil
Desafio nº 94com clarão, porta a bater e ilusão