29/07/15

Um fim

Pastorisa era um rasgo de sol. À sua passagem tudo se iluminava. Sorriso fácil, olhar amendoado, caminhava por entre as pedras saltitando com leveza. Gostava de ter por companhia o murmurar do vento. Naquele dia soalheiro, encorajou as cabras a subirem o monte. Junto ao regato deixou-se parar no tempo. Fechou os olhos e adormeceu, desejando que ele a encontrasse.
– Como pode ter acontecido? Pastorisa não merecia este fim!
A pedra, cansada do equilíbrio, deixara-se escorregar, matando-a…

Amélia Meireles, 62 anos, Ponta Delgada

Desafio nº 65 – chama-se Pastorisa.

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